Diante dos atos dos governantes que suspenderam o funcionamento de milhares de empresas catarinenses, dos mais variados seguimentos, por mais de um mês, elas também passaram a precisar de “respiradores” para sobreviver à falta de receita que foram proibidas de obter.
A interrupção da geração de receita por mais de trinta dias, mantendo a quase totalidade de suas despesas, é algo praticamente fatal. Estudo “Boletim Cielo” indica na primeira quinzena de abril as seguintes médias de quedas de receita: turismo e transporte, -90,35%;. bares e restaurantes, -76,35%; móveis e eletrodomésticos, -56,85%; combustíveis, -42,54%; automotivo, -35,1%; materiais de construção, -21,45%; drogarias, -10,05%.
Neste cenário, é indispensável que as empresas que tiveram suas atividades suspensas busquem alternativas para recompor seu capital de giro mínimo, de forma a tornar possível o seu retorno à operação e sua sobrevivência, voltando a ser possível pagar tributos e manter os empregos gerados, ou pelo menos a maior parte deles.
Mais do que tentar gerar lucros aos seus investidores, sócios ou acionistas, as empresas também cumprem forte função social, que pode ser exemplificada na geração de empregos e recolhimento de tributos.
Mas para isso, além da negociação para postergação de vencimento de cobranças, as empresas também podem buscar a proteção da sua função social junto ao poder judiciário, onde já se obteve decisões que, por exemplo, proíbem a interrupção do fornecimento de energia ou água, suspendem protesto de títulos por até seis meses, postergam pagamento de tributos, prorrogam prazos para pagamentos de operações bancárias e muitas outras que dependem do ramo de atividade de cada empresa. Tais alternativas, devem funcionar como verdadeiros “respiradores”, para que as empresas possam se recuperar, deixar a “UTI da falência” em que se encontram e continuar gerando empregos e recolhendo tributos.
Porém, é imprescindível o bom planejamento da retomada da atividade empresarial, que deve ser focada na sua sobrevivência e cumprimento da função social da empresa, na certeza de que não haverá “retorno à realidade” após o covid-19, mas sim o ingresso em uma “nova realidade”, pois nada voltará a ser como antes, e os que detiverem melhor planejamento e mais organização terão mais chances de sucesso.
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